Make us MAD
Impulsionada pelo sucesso das primeiras iniciativas, foi apresentada ontem numa festa que reuniu muitos amigos, profissionais do ramo e presentes e futuros clientes, a mais recente empresa de catering / private dining da cidade: a MAD Kitchen.
Tem um serviço de catering bem ginasticado, com capacidade para fornecer eventos entre as 50 e as (pelo menos) mil pessoas mas as suas competências levam-na mais longe, a palcos onde a discrição - ou a exibição - e a qualidade com muita criatividade são rainhas.
Tem a sua génese em três personagens na área da restauração que procuravam um projecto que lhes preenchesse a ambição e respondesse à procura - que se mantém real e numerosa - de um serviço de qualidade e surpresa.
Da cozinha vêm os Chefs Angel Reyes e Marcelo Tomás, o primeiro o conhecidíssimo chef executivo do SUD Lisboa, o segundo com uma experiência sólida na área do catering (Bholdind, Foodstory) depois de um tirocínio de alguns anos na exigente restauração londrina.
Angel Reyes ao centro e Marcelo Tomás à direita |
Da produção e organização de eventos o conhecido e altamente bem sucedido Dhimant Radia, também proprietário de um fiel representante da gastronomia indiana, o lisboeta Passage to India.
Dhimant Radia á esquerda |
O que é esta cozinha, onde a "loucura" não significa uma patologia mas antes uma qualidade?
É essencialmente uma cozinha com "pernas" (e mãos!) para fornecer um serviço de catering de qualidade mas o que a diferencia é a igual capacidade para a organização de jantares temáticos "fora da caixa" e a oferta de refeições "fine dining" personalizadas e realizadas em ambiente exclusivo.
Os jantares temáticos realizam-se em conjugação com a empresa Fadus sob a bandeira da marca "Dali Dinners". Inspiram-se nos lendários jantares que o pintor catalão Salvador Dali e a sua mulher e musa Gala organizaram em meados do século passado (ver esta republicação do livro Les diners de Gala, com edição portuguesa em 1997 da Vega) . Do pintor surrealista (de quem a memória parece cada vez mais preferir a pose e os actos à obra pictórica) servem de inspiração a procura da surpresa e o lado onírico que o surrealismo da sua obra e vida sempre apresentaram. Os jantares, cujo menu é idealizado na totalidade pela equipa, apostam na conjugação de estímulos não só gustativos mas também visuais, auditivos, tácteis, sonoros. Uma experiência total que espanta e encanta.
As fotografias que vos deixo, tiradas no primeiro jantar, são uma pequena amostra do que se pode vivenciar. Confesso que o conceito me deixou cheio de ideias, a pensar nas possibilidades quase infinitas, desejoso de participar, ainda mais como co-criador do que como conviva.
Uma outra vertente é The MADness table a qual conjuga o conceito de Chef's Table (um jantar pessoalizado servido à beira da cozinha) com o de uma refeição íntima (pode ser de negócios, de família, de amigos) que procura a privacidade ausente num restaurante.
O espaço que é disponibilizado é de uma sobriedade que me agradou de sobremaneira, com apontamentos de refinamento muito discretos (como as loiças) e uma cozinha que está presente mas não se impõe.
A comida? Bom, é a que poderíamos esperar de quem a pensou e produziu. De alto nível, englobando técnicas clássicas e contemporâneas (mais do que o palavrão a que incompetentes ou ignorantes a pretendem reduzir, a cozinha "tecno-emocional" ainda tem muitas respostas para serem usadas por quem tiver cabeça e talento), sempre com uma preocupação visual que anuncia ou contradiz as sensações na boca.
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