Um dia bem passado no Trinca Espinhas
Não há melhor programa (durante este mês há, porque o restaurante fecha para férias todos os Novembros) para um Sábado: rumar em direcção a Sines e continuar até à praia de S. Torpes ali mesmo no início onde, por acção da Central térmica, a água era seguramente 1 a 2 graus mais quente.
Estacionar no parque fronteiro, dirigir-se ao simpático edifício em madeira (não temer: o edifício é todo novo), entrar e reclamar a mesa marcada, de preferência junto à janela:
Olhar langueirosamente o mar,
distrair-se com as estranhas aves que navegam os tectos,
passear os olhos pelas paredes,
e entreter-se com as entradas trazidas, só elas a valerem a viagem, pela correcção dos temperos e das cozeduras, pelo empenho que demonstram na execução, pelos sabores.
Deixar que o dono Luís escolha o vinho - decisão sábia da qual é impossível o arrependimento.
Aguardar com toda a calma, que a viagem vai a meio e as paisagens mais bonitas estão para chegar:
o peixe, fresquíssimo e sabiamente frito,
uma magnífica açorda à lisboeta de ovas, no ponto certo de cozedura e humidade, de sabor finíssimo,
uma raia de alhada com batata doce que é um não mensurável prazer,
e depois os doces, uma eterna tentação mesmo para os pouco convertidos como eu,
Vale tanto a pena este Trinca Espinhas!
Cozinha, espaço, estacionamento - tudo no máximo. Só não alcança o nível absoluto porque, por característica própria e bem, entende manter o espírito desprendido prórpio num restaurante à beira-praia (mesas sem atoalhados, por exemplo). Coisices de classificação: 4,5/5.
A descobrir, redescobrir e confirmar muitas vezes. E tragam a companhia certa, que segredos destes não são para partilhar com quem não merece.
Comentários
Descobri este cantinho por indicação preciosa de um conhecedor gastrossexual. Espero lá voltar em breve!!
Abraço!
Era bom, era!