E a tradição já não é o que era...

Uma alteração de planos à ultima da hora dá nisto - um almocinho pascal com cabrito ou anho torna-se impossível perante as prateleiras esvaziadas por comensais mais precavidos.

Fico assim limitado ao conteúdo frigorifico-congelado e às possibilidades da imaginação.

Da caixa-forte retiro o que me parece um lombo de porco. Menos mal, assado no forno com batatinhas e um devastador molho à base de pimentão... Mas, oh inclemência, oh madição! - a descongelação resulta num bocadão de carne picada, tão de época como a supremacia do Benfica...

E é agora que entra a imaginação (leia-se, a capacidade de, a partir de tudo o que já li e do qual apenas tenho uma vaga memória, o meu subconsciente tomar conta das minhas mãos e criar qualquer coisa que se coma e não provoque alergias... estéticas... aos demais convivas): rolo de carne, pois, lá teria de ser, mas não se poderia arranjar um twist para lhe dar um bocadito de animação?

Arranjou-se. Não ficou mau de todo. Marcelamente falando, dei-lhe um 13 que sou exigente.

2. Não há fotografia do 1. porque só me lembrei da reportagem no 2.
Estende-se uma folha de alumínio e coloca-se uma camada de rodelas de salame.
Sobre ela, uma cama de espinafres.

3. Sobre ela, a carne, bem esticadinha e espalmada. Nada de grandes alturas, por causa do passo 5.

4. Depois de salgar a carne, azeitonas em lâmina e um pimento em tiras.

5. Os temperos: colorau, alho em pó, cebolinho e salsa (pois, desidratados, eu disse que o arranjo era de última hora...)
e grãos de sésamo. Óleo de noz para uma corzinha, já que o de sésamo se evaporou.
Depois, aproveitando o alumínio, enrolar, apertando bem. Forno quente, fechado no alumínio, com um fundo de água e azeite, levando à boleia chalotas e batatinhas.
6. O resultado.
 Boa Páscoa!

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No último ano..