Se há expressão espanhola que eu gosto é a "
enhorabuena" pelo seu duplo sentido - o real e o que resulta da sua condição de, para nós portugueses,
false friend. Assim, em boa hora e parabéns em estereo, à
Alexandra pelo faro (e beja e évora e por aí fora até viana do castelo) jornalístico em descortinar estes maduros (pela idade verdes, mas maduros pela atitude, vá lá...)
coreanos no meio da intensidade fusional de Madrid e ao
Miguel pela teimosia de os pôr a iniciar a algumas das delícias gastronómicas coreanas mais de duas dúzias de promitentes entusiastas.
Antes de passar às couves - perdão, ao
kimchi! -, uma palavra (que merecerá capítulos daqui a uns dias) para as gentes do
Kiss the Cook, um espaço que vale a pena conhecer e frequentar (juro que um dia passo a minha consultoria para dentro do perímetro da LX!).
Bom. Coreia, portanto.
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Dois dos três aventureiros em concentrada preparação enquanto o terceiro circulava por Alcântara à procura
de um espaço suficientemente grande para estacionar o autocarro vermelho |
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Kimchi em versão bordalo-pinheiro-coreana.
Em plástico, para poder ser galhardamente apresentado do mesmo modo a todas as audiências mundiais. |
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Não parecem, mas são palitos de gema e de clara.
Sim, a mim também me desconcertaram... |
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Se o meu coreano não me falha isto é ready-made Doenjang - pasta coreana de feijão de soja |
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Couve Napa a base do kimchi - como podem ver, até naquele supermercado-dos-senhores-que-emigraram-para-a-Holanda
se podem abastecer para fazer kimchi em casa. |
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A prova de que os cozinheiros profissionais trazem sempre feitos os trabalhos de casa
para as apresentações a lisboetas curiosos |
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E assim começa a apresentação do comunicativo Ryu e o seu sidekick imperturbável |
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Eu também quando venho da Coreia trago quilos de latas na bagagem... |
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Algumas das preparações utilizadas:
malagueta vermelha, molho de peixe, pasta de feijão de soja, sal marinho (mínimo de envelhecimento: 3 anos!), pasta
de camarões (pequeninos, em salmoura, uma explosão de sabor marinho mas mais salgados do que o autor do estádio do dragão) |
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(tá gira a fotografia, não está?) |
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(mais outra a preto e branco para prolongar o interlúdio artístico...) |
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E é assim que se faz: folha a folha, sem desfazer a couve, vai-se impregnando a dita com o preparado de especiarias
antes de a colocar a fermentar até 3 anos
(já se pode comer ao fim de um mês, mas ao fim de 1 ano é excelente, cheia de anti-oxidantes) |
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Ainda que recebam todos os meses kimchi devidamente fermentado (cerca de 50 a 60 quilos) por não poderem garantir,
durante a viagem, as condições ideais de humidade e temperatura para a fermentação,
os chefes insistem em preparar um "kimchi instantâneo"... |
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... que fica assim. Tem um sabor muito menos acentuado do que o fermentado mas é igualmente saboroso |
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E pronto, aqui está o resultado final para português provar.
(Insisto: este kimchi em primeiro plano não era para comer...) |
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... o kimchi feito na hora... |
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... carne frita e daang myun (noodles de amido de batata-doce) com sementes de sésamo
este prato mais usado em ocasiões especiais)... |
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... à esquerda, a estrela da companhia: kimchi com um ano de fermentação - sabor alimonado (ainda que não entrem citrinos na sua preparação) e um picante acentuado dado pelo alho e gengibre |
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Finalmente, Japchae - noodles de amido de batata doce (daang myun), vegetais e as farripas de gema e de clara |
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