Os Doces de Virgílio Gomes
Inevitavelmente, o mercado haveria de reconhecer o trabalho de investigação e reflexão sobre a gastronomia portuguesa que Virgílio Nogueiro Gomes vem desenvolvendo desde há muito, permitindo a todos os amantes da cultura nacional a possibilidade de o conhecer.
"Doces da nossa vida" é a sua mais recente obra, dedicada, como o nome indica, à doçaria nacional.
Percorrendo os dois caminhos em que insiste (com razão) em dividir a culinária doceira nacional - o da doçaria popular e o da doçaria conventual, os quais, apesar de pontualmente se cruzarem (nomeadamente, a partir do momento em que as receitas do conventos femininos, extintos em 1834, começaram a permear a resistência das cada vez mais reduzidas comunidades conventuais e a atingir as mãos de algumas cozinheiras), são, histórica e estruturalmente diversos -, Virgílio Gomes traça um panorama aprofundado da mesma, deixando-a mais rica, porque mais referenciada e a nós mais ricos, porque mais informados.
Diz-vos quem muito penou (e ainda pena) para descobrir algumas das especialidades pouco divulgadas de aldeias, vilas e cidades do país real, tesouros escondidos à espera de quem com eles tope: é um regalo encontrar não só a menção da sua existência, como um bilhete de identidade aprofundado, com a sua composição, a sua origem e ancestralidade. Quem não procura imaginar o sabor e o prazer de doces como os Dona Amélia, da Terceira, os Dormidos, de Bragança, as Ganchas, de Vila Real, as Juaninhas, de Cascais, os Pitos de Santa Luzia, de Vila Nova?
Espaço destacado têm ainda, entre outros, os diversos Pães de Ló, Pudins, Tortas, bem como algumas das matérias primas principais, do açúcar ao chocolate, da baunilha ao mel.
Uma adição que enriquece a muito rica doçaria nacional que vale a pena ler e manter para referência futura e que recomendo vivamente.
Saravá, Mestre Virgílio!
"Doces da nossa vida" é a sua mais recente obra, dedicada, como o nome indica, à doçaria nacional.
O autor, com Alexandra Prado Coelho que prefaciou a obra |
Percorrendo os dois caminhos em que insiste (com razão) em dividir a culinária doceira nacional - o da doçaria popular e o da doçaria conventual, os quais, apesar de pontualmente se cruzarem (nomeadamente, a partir do momento em que as receitas do conventos femininos, extintos em 1834, começaram a permear a resistência das cada vez mais reduzidas comunidades conventuais e a atingir as mãos de algumas cozinheiras), são, histórica e estruturalmente diversos -, Virgílio Gomes traça um panorama aprofundado da mesma, deixando-a mais rica, porque mais referenciada e a nós mais ricos, porque mais informados.
Diz-vos quem muito penou (e ainda pena) para descobrir algumas das especialidades pouco divulgadas de aldeias, vilas e cidades do país real, tesouros escondidos à espera de quem com eles tope: é um regalo encontrar não só a menção da sua existência, como um bilhete de identidade aprofundado, com a sua composição, a sua origem e ancestralidade. Quem não procura imaginar o sabor e o prazer de doces como os Dona Amélia, da Terceira, os Dormidos, de Bragança, as Ganchas, de Vila Real, as Juaninhas, de Cascais, os Pitos de Santa Luzia, de Vila Nova?
Espaço destacado têm ainda, entre outros, os diversos Pães de Ló, Pudins, Tortas, bem como algumas das matérias primas principais, do açúcar ao chocolate, da baunilha ao mel.
Uma adição que enriquece a muito rica doçaria nacional que vale a pena ler e manter para referência futura e que recomendo vivamente.
Saravá, Mestre Virgílio!
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