Ronaldo no Flores, Bairro Alto Hotel
O arroz carolino, da variedade Ronaldo, produzido na torreense Herdade de Portocarro por José "Crazy Horse" da Mota Capitão, é a estrela de base do menu "Os Arrozes do Bairro" que o restaurante Flores do Bairro disponibiliza ao almoço.
Postado em situação invejável na parte mais nobre da Lisboa antiga, o Bairro Alto Hotel tem sabido aproveitar a localização e, aliando-a à qualidade dos espaços e serviço prestado, ver serem-lhe atribuídos, ano após anos, diversos galardões de excelência, emitidos por organizações internacionais de referência. O seu restaurante, inaugurado em 2013, situado no r/chão do edifício, face ao Largo de Camões, tem como Chefe Vasco Lello,
Se a pré-disposição é um facto quase determinante para o sucesso de uma prova, não é menos verdade que uma oferta bem conseguida poderá ter a força de derrotar a mais pessimista das antevisões, o mais negro dos humores. Foi assim que uma manhã de agruras se transformou numa tarde menos cinzenta - é esse o poder de uma boa cozinha, uma boa ideia, uma melhor execução - mercê da concretização da oportunidade, oferecida, para partilhar uma refeição de degustação de alguns dos arrozes incluídos no referido menu. Refeição devidamente arquivada na parte da memória reservada aos bons momentos passados a uma mesa.
Três arrozes escolhidos por sugestão do Chefe e o primeiro esteve para a refeição como um filme de Bollywood para um espectador ocidental: notas de sitar e o corpo a ganhar um ritmo novo, a envolvente a dissolver-se e um estado beatífico a envolver um sorriso beatífico. O meu sorriso beatífico e os olhos semicerrados. Ma-ra-vi-lho-so arroz de berbigão, muitíssimo bem cozinhado, muitíssimo bem temperado, de gosto puxado, um toque de alho, um toque de acidez, o omnipresente coentro, o carolino a sério, longe, oh tão longe, das vigarices empapadas ou risottadas que abundam por aí.
Carolino do mar. Como falar dos Alpes depois de ter transposto os Himalaias? Um arroz rico de peixe e marisco, de sabores equilibrados, de lamber os dedos...
E depois do mar português, o carolino de cozido, pais profundo que nos corre na memória herdada, bons enchidos, boa carne, o caldo de todas as cozeduras a dar eternidade a um, novamente, carolino perfeito. Domingo em dia de semana, a família à nossa volta, a abençoar, embevecida (sem gritos, discussões ou azias, só memória doce).
Ficam por descobrir as restantes propostas, os cogumelos merecerão visita pela gula que sempre me despertam, qualquer que seja a preparação, as alcachofras pela curiosidade, o feijão e as nabiças porque a sua combinação promete.
No entretanto, saboreio a latente lembrança da sobremesa tomada...
(Fonte: Restaurante) |
Postado em situação invejável na parte mais nobre da Lisboa antiga, o Bairro Alto Hotel tem sabido aproveitar a localização e, aliando-a à qualidade dos espaços e serviço prestado, ver serem-lhe atribuídos, ano após anos, diversos galardões de excelência, emitidos por organizações internacionais de referência. O seu restaurante, inaugurado em 2013, situado no r/chão do edifício, face ao Largo de Camões, tem como Chefe Vasco Lello,
Se a pré-disposição é um facto quase determinante para o sucesso de uma prova, não é menos verdade que uma oferta bem conseguida poderá ter a força de derrotar a mais pessimista das antevisões, o mais negro dos humores. Foi assim que uma manhã de agruras se transformou numa tarde menos cinzenta - é esse o poder de uma boa cozinha, uma boa ideia, uma melhor execução - mercê da concretização da oportunidade, oferecida, para partilhar uma refeição de degustação de alguns dos arrozes incluídos no referido menu. Refeição devidamente arquivada na parte da memória reservada aos bons momentos passados a uma mesa.
Três arrozes escolhidos por sugestão do Chefe e o primeiro esteve para a refeição como um filme de Bollywood para um espectador ocidental: notas de sitar e o corpo a ganhar um ritmo novo, a envolvente a dissolver-se e um estado beatífico a envolver um sorriso beatífico. O meu sorriso beatífico e os olhos semicerrados. Ma-ra-vi-lho-so arroz de berbigão, muitíssimo bem cozinhado, muitíssimo bem temperado, de gosto puxado, um toque de alho, um toque de acidez, o omnipresente coentro, o carolino a sério, longe, oh tão longe, das vigarices empapadas ou risottadas que abundam por aí.
Carolino do mar. Como falar dos Alpes depois de ter transposto os Himalaias? Um arroz rico de peixe e marisco, de sabores equilibrados, de lamber os dedos...
E depois do mar português, o carolino de cozido, pais profundo que nos corre na memória herdada, bons enchidos, boa carne, o caldo de todas as cozeduras a dar eternidade a um, novamente, carolino perfeito. Domingo em dia de semana, a família à nossa volta, a abençoar, embevecida (sem gritos, discussões ou azias, só memória doce).
Ficam por descobrir as restantes propostas, os cogumelos merecerão visita pela gula que sempre me despertam, qualquer que seja a preparação, as alcachofras pela curiosidade, o feijão e as nabiças porque a sua combinação promete.
No entretanto, saboreio a latente lembrança da sobremesa tomada...
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