Culinary Arts: el momento Ratatouille

E foi assim, no princípio do terceiro prato, que o meu companheiro de mesa, mexicano há muito radicado entre nós, resumiu o passado e o presente deste almoço: "estou a ter o meu momento Ratatouille".

Sorriso - triste e satisfeito, melancólico e agradecido, reconhecido e deliciado - a meio termo e estas palavras.

(Pauso. Desde esse momento que decidi escrever a crónica à volta desta frase e agora hesito sobre que caminho tomar. Demasiado encomiástico? Demasiado erudito? Demasiado aborrecido?)

Há elementos da nossa vida de aclimatados ocidentais que, de tão banais, se tornam invisíveis na graça que nos concedem.  O pertencer a uma sociedade suficientemente abastada para sustentar uma rede de escolas públicas de ensino especializado a um preço razoável. O ter fácil acesso a ingredientes trazidos do outro lado do oceano. A existência e a disponibilização de bens culturais que se transformam em referências comuns, partilhadas com outras sociedades. O lazer. O tempo de partilha.

Reparem: uma pequena frase e a confirmação de estar a experienciar não só uma sequência de preparações saborosas como um conjunto de recriações suficientemente precisas para despertar as memórias gustativas de alguém formado na cultura que elas tentavam evocar.

Como é o México?

Bacalao a la Veracruzana

Taco Picadillo

Mancha manteles

Tamales, Cochinita Pibil

Sardinhas, Abacate

Posole invertido, Cherne

Mole Negro Oaxaqueno

Baba, Tres Leches, Lime Curd

Comentários

No último ano..