Memorias na quarentena #1 - Mouchão, entre dois ribeiros

(Aproveito a paragem para reparar a injustiça feita a personagens e assuntos e recuperar textos encalhados em duvidas ou hesitaçoes que perderam na altura o seu tempo de publicaçao)



O que é o terroir? Uma conjugação de camadas de cuja compilação não conhecemos as regras - muitos lhe chamam acaso, muitos outros a mão de um deus - mas do qual amamos o resultado.

Começa por ser o local físico - a geografia, a geologia, a hidrografia, a meteorologia - a determinar um factor. Água, fogo, terra, ar, num equilíbrio específico que é outro mesmo ao lado, e depois outro, e outro ainda.

Depois, é um lugar de afectos. Das diversas culturas - a agrícola, a social, a artística - que traduzem uma visão do mundo, uma correlação, uma interacção.

Se me aceitam a metafísica, a vontade de Deus e a vontade do Homem (uma absolutamente imposta, outra totalmente variável) contribuem para um dos grandes pilares onde se funda a especificidade de um vinho.

Volto em memoria fotografica a vinha dos Carapetas, uma das parcelas da Herdade do Mouchão, numa manhã soalheira como parece ser a regra de final de Outono português.

Um dos grandes classicos alentejanos, nascido em tempos de um outro Portugal vinicola. As modas nao lhe retiraram a essencia e tambem a qualidade lhe permitira, creio, afrontar o proximo normal com alguma serenidade. Vale a visita, a prova e o amor.














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No último ano..